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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Que culto é este?


Dia de culto! O estacionamento está lotado e tantos outros vieram a pé, de ônibus ou bicicleta. E por que vieram? Vieram louvar ao Senhor. Vieram com a mesma alegria do salmista que dizia: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. (Sl122). As visitas se impressionam com a ordem e disciplina e perguntam: Por que adorais desse modo? Nem sempre estamos atentos para o verdadeiro significado de congregar-mos. Romanos 12:1 diz que em meio tanta emoção o louvor deve ser racional. Façamos uma explanação da liturgia e fenômenos do culto.

Verso áureo: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14:26).

Deus seja louvado. O culto cristão é a mais sublime expressão de rendição e gratidão da igreja. Seu propósito é reunirmos na fé e no amor para adorarmos a Deus, que nos fez povo exclusivo para seu louvor (Tt 2:14; Jo15:16). É nosso dever e alegria (Sl 33:1; 122:1) apresentarmos ao Senhor em profunda ação de graças, pois É merecedor de toda honra, glória e louvor.

Em nome do Senhor Jesus. Fomos justificados pela fé em nosso Senhor Jesus Cristo, por Ele temos a confiança para achegarmos a Deus (Hb10:19-22) e certeza da Sua presença (Mt 18:20). Tudo o que fizermos, façamos em nome do Senhor Jesus (Cl 3:17; Jo 14.14; Ef 5:20).

Louvemos o Senhor. O louvor expressa pela arte musical, o que Deus operou em nossas vidas. A Bíblia contêm um hinário – o livros dos Salmos. O hinário é a Bíblia cantada. A música é um subido ministério (1Cr 23:1-26:32), quando exercido com primor, enche a casa de Deus de glória (2Cr 5:12-14). Deus merece - e reivindica - uma música de excelência. "Tocai bem" adverte o salmo 33:3.

Oremos ao Senhor. A oração é o ato pelo qual o crente, através da fé em Cristo Jesus e mediante a ação intercessora do Espírito Santo (Rm 8:26,27), curva-se para:
1. Buscar a presença de Deus (Sl 27:80);
2. Dar graças pelas bênçãos alcançadas (Sl 116:12-14; Cl 4:2; 1Ts 5:18);
3. Confessar suas faltas (Dn 9:3-6);
4. Apresentar as necessidades (Fp 4:19; Ef 3:2; 1Jo 5:14);
5. Clamar pela palavra (Cl 4:3);
6. Interceder pelos outros [pedidos de oração] (1Sm 12:23; Ef 6:18).
Deus fala com seus filhos por muitas maneiras (Hb 1:1); Nos falamos a Deus, somente por uma maneira – a oração. Esta move o coração de Deus de tal forma, que O leva a operar o impossível na nossa vida. (Tg 5:15,16).

Testemunhos. A recomendação apostólica é: “Em tudo daí graça” (1Ts 5:18). É justo e agradável ao Pai Celestial, demonstrarmos nossa gratidão, com inteira humildade, testificando a toda congregação que ‘Ele está no meio de nós’. Os milagres de Deus na nossa vida são bênçãos imerecidas; assim como os recebemos por fé, produzirão fé no ouvinte por que “a fé vem pelo ouvir” (Rm 10:17). Não deixemos a timidez nos inibir, e com prontidão testemunhemos:

“Aquilo que parecia impossível; aquilo que parecia não ter saída; aquilo que parecia ser minha morte; mas, Jesus mudou minha sorte e por um milagre estou aqui. Usa-me, sou o teu milagre”. (Canto carismático)

A Palavra de Deus. “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17). É o momento culminante do culto. Dizemos na CCB que vamos ao culto ‘buscar’ a Palavra, ou seja, uma resposta ou confirmação para alguma causa própria; esquecemos que temos de ‘aprender’ a Palavra, como bem já orientou os anciães. Veja o que diz o tópico de ensinamento da 71ª Assembléia de 2006:

* 1 – O QUE DEVE SE ENTENDER POR “PROFECIA” (Pode-se entender doutrina).

A sabedoria de Deus no livro dos Provérbios esclarece que “não havendo profecia o povo se corrompe; mas o que guarda a lei esse é bem-aventurado” (Pv 29:18). Então, a profecia vinda de Deus, pela Sua Palavra, tem por finalidade santificar o crente e impedi-lo de se corromper.
Ainda que a profecia prediz o futuro, ela é manifestada com o intuito de convencer o crente a se desviar do mal para obter a vida eterna.
Nossa irmandade não deve buscar a Palavra pensando só no suprimento de sua necessidade material, na libertação de seus sofrimentos espirituais ou cura de suas enfermidades físicas, ainda que por estas coisas também oramos e clamamos ao Senhor. A irmandade deve dar-se por satisfeita tendo ouvido o conselho de Deus na congregação.

Buscamos a Palavra’ quando queremos uma resposta para a nossa vontade;
‘Aprendemos a Palavra’ quando queremos dar uma resposta à Sua vontade.

Liturgia compreende os componentes que ordenam o culto de adoração: oração (At 12:12; 16:16), cânticos (1Co 14:26; Cl 3:16), ofertas e coletas, testemunhos, leitura e exposição da palavra de Deus (Rm 10:17; Hb 13:7), manifestações e operações do Espírito Santo (1Co 14:26-32) e benção apostólica (Nm 6:23-27). Embora seja possível liturgia sem culto, não há culto sem liturgia. (Is 1:11-17; 29:13; Mt 15:7-9; 1Co 11:17-22). Na liturgia está implícita a invocação do Espírito Santo – a chama que dá vida à igreja.

Formalismo. Comumente confundimos liturgia com formalismo, contudo, há diferenças abismais entre ambos. A liturgia promove a espiritualização do culto edificando o corpo de Cristo. O formalismo faz do culto mero cerimonial que, embora belo, é destituído de seu real valor. A liturgia harmoniza, espontaneidade com ordem; o formalismo roteiriza o culto censurando o extraordinário. A liturgia constrange-nos a participar, o formalismo requer meramente nossa presença. Ao contrário da liturgia que anima, o formalismo petrifica a igreja.

Quando há liturgia o culto é ordinal; quando há formalismo o culto é ordinário.

Advertência. A Bíblia adverte: “Não extingais o Espírito” (1Ts 5:19). A igreja está se esquecendo do seu primeiro fervor, tornando-se cada vez mais formalista. Os ‘ensinamentos’ tem sido verdadeiros extintores do fogo divino. Se por um lado não podemos concordar com meninices, fanatismo, desordem; por outro não haveremos de nos conformar ao mero ritualismo que vem ‘esfriando’ os crentes e suprimindo a liberdade para o Espírito Santo agir na igreja.

Avivamento é o remédio contra o formalismo: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18b). É a intervenção divina e soberana na igreja em resposta ao seu clamor. É a retomada do governo da igreja, das mãos dos homems, pelo Espírito Santo. Jesus deu ministros à sua igreja; não, sua igreja a ministros (1Pe 5:2,3).

“Onde (quando) estes três não governam, é Satanás que governa, em forma de homem, para seduzir o ‘Povo de Deus’ com sabedoria humana” (Louis Francescon).

Manifestações Espirituais. O Deus invisível se mostra por sinais visíveis (Mc 16:17), as manifestações espirituais são, portanto, provas daquilo que se não vê. Resultam do cumprimento da promessa de efusão do Espírito (Jl 2:28-32). O Senhor Jesus intercedeu para que a igreja recebesse a ‘Promessa do Pai’ (Jo14:16; At 1:4), que dimanaria consolo (Jo14:26; 16:7) e poder aos seus filhos (Lc 24:49). O poder é concedido mediante o batismo no Espírito Santo com evidência inicial de línguas estranhas (At 1:8; 10:46; 1Co 14:15,26), e dos dons espirituais, que são dotações sobrenaturais do Espírito Santo sobre o crente, habilitando-o para o serviço a Deus. Daí o dito: “Deus, não escolhe os capacitados; sim, capacita os seus escolhidos”.

O batismo no Espírito Santo é a dádiva de Deus ao crente, assim como a salvação é a Sua dádiva ao pecador.

Benção final. Também chamada de Apostólica (2Co 13.13). São as palavras que despedem a irmandade (igreja) no encerramento do culto. Nesse momento nosso coração deve estar consolado, nosso ânimo fortalecido, nosso entendimento multiplicado e nossa fé renovada. Ao término do santo serviço nosso desejo deve ser o de compartilhar da nossa alegria anunciando Jesus ao pecador, como testemunhas do seu amor e fazer-lhe o convite: “Ó vinde e adoremos” (Sl 95:6).

A Paz de Deus (Cl 3.15). Congregar e cultuar confirma a ‘comunhão dos santos’, que é o elo espiritual e social entre os crentes, que promove a unidade do Espírito, preservada pelo vínculo do amor (Cl 3:14) e da paz (Ef 4:3). A comunhão da igreja testifica e constrange o mundo a reconhecer que somos discípulos do Bom Mestre (Jo 13:35).

Reflexão. “Que culto é este?” (Ex 12:26). Perguntavam as crianças de Israel a seus pais, diante do profundo significado da páscoa hebraica, que lhes ensinavam narrando os acontecimentos que deram origem ao rito. Estamos - ou estaremos - nós também aparelhados a explicar aos nossos filhos a importância do culto cristão?

Um comentário:

  1. O que dizer? Belo, excelente texto!
    Apesar de ser obrigação dos pais, procuro ensinar as crianças também nos cultos oficiais, e não somente nas reuniões de jovens.

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