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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

É primavera! É tempo de namorar



“O meu amado me convidou: Levanta-te querida minha, formosa minha, e vem comigo. Porque é primavera; Eis que passou o inverno, a chuva cessou e se foi. As flores desabrocham no campo. É tempo de namorar e ouvir o canto dos pássaros. Vamos ver se já tem figos maduros e sentir o perfume das flores da parreira. Levanta-te querida minha, formosa minha e vem comigo” (Cantares de Salomão 2:10-13*)

Salomão e Sulamita fizeram um agradabilíssimo passeio pelo bosque naquela manhã. Como é bom desfrutar a companhia da pessoa amada e poder mais uma vez declarar o nosso amor: “Porque... (É primavera) Te amo! (É primavera) Te amo, Meu amor!”

Quando notamos a beleza da lua? Quando olhamos o tempo e cantamos: “Hoje o céu está tão lindo! (sol e chuva) Hoje o céu está tão lindo (vai chuva) Hoje o céu está tão lindo, Meu amor”? Somente quando estamos apaixonados e passeamos por cenários que despertam o romantismo, inspiram os poetas a escreverem canções e fazem os brutos terem gestos delicados: “Trago esta rosa para lhe dar; Trago esta rosa para lhe dar; Trago esta rosa para lhe dar, Meu amor!”

Apanhamos uma flor e colocamos na têmpora da namorada. A delicadeza de uma combina perfeitamente com a singeleza da outra. As belezas de mulher e natureza se fundem, então damos conta que não é a flor que a deixa mais bonita, mas é ela que está deixando tudo à nossa volta mais belo. O nosso desejo é: “Quando o inverno chegar eu quero estar junto a ti; Pode o outono voltar eu quero estar junto a ti. Porque... (É primavera) Te amo! (É primavera) Te amo, Meu amor!”

O jovem casal de namorados Daniel Fisher (David Topp) e Katie Lapp (Danielle Panabaker), que ilustram o texto, também costumavam fazer esses passeios românticos por cenários paradisíacos. Numa das vezes ele quis vê-la sem o seu capuz para melhor apreciar sua beleza. Num gesto de confiança como recompensando o namorado pelas gentilezas, Katie tira a touquinha e solta os cabelos. Este é uma gesto sensual e proibido para os amish. As mulheres dessa comunidade soltam os cabelos somente em casa para os maridos e jamais são vistas em público se a touca.

Nessa atmosfera de romantismo e fascinação, os namorados cobiçam por conhecer mais dos encantos de sua amada. Buscam com avidez contemplar a beleza que está escondida e guardada qual cidade protegida por torres e muros. Encantos que quando eram meninas não possuíam, mas agora moças, passaram a ter – “creceste e chegaste a grande formosura; te avultaram os seios e cresceu o teu cabelo” (Ezequiel 16:7) – e, por vezes, algumas cedem ao capricho de seus pares despindo o busto, revelando quão cativante beleza possuem da cintura para cima. Qual fez uma irmãzinha que me escreveu perguntando se é pecado o que cometeu.

Moços já haviam me perguntado se tocar com tal intimidade aquela que eles querem bem é lícito ou não convém. Eu nada respondi para nada incitá-los. Mas se antes havia intenção, agora teve confissão. Embora todos neguem porque fora estes que perguntam, na igreja todos são “santos”, sei que não são poucas aquelas que já ‘tiraram suas toucas’ e mostraram seus encantos.

Houve duas irmãs Aolá e Aolibá: “Estas se prostituíram no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus seios, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade” (Ezequiel 23:3,8). Elas foram castigadas exemplarmente “para que se escarmentem todas as mulheres e não façam conforme a vossa infâmia” (v.48).

As mulheres honestas indignaram-se contra o comportamento dessas duas e as repudiaram. Mas houve um relacionamento que elas aclamaram (Ct 8:7): O namoro daquele que convidou à felicidade: “Levanta-te querida minha, formosa minha e vem. Case-se comigo”; com aquela que jurou fidelidade: “O meu amado é meu, e eu sou apenas dele” (Ct 2:16*); Põe-me como selo sobre o teu coração, porque meu amor é forte; sempre serei tua” (Ct 8:8,9*).

Aolá influenciou negativamente sua irmã mais nova (Ez 23:11), mas vendo o testemunho de Sulamita, a rosa de saron, as mulheres comprometeram-se a ser o exemplo e as instrutoras das meninas: "Temos uma irmã pequena, que ainda não tem peitos; O que faremos por nossa irmãzinha quando um rapaz quiser namorá-la? Se ela for um muro, edificaremos sobre ela uma torre de prata; Se ela for uma porta, nós a reforçaremos com sarrafos de cedro" (Ct 8:8,9*).

Rapazes alegrem-se com o bom recato de suas namoradas porque achastes uma mulher virtuosa. Moças estejam sempre vestidas com a touca da prudência e modéstia ao exemplo de Sulamita que declarou: “Eu sou um muro, e os meus seios, como suas torres; sendo assim, fui tida por digna da confiança do meu amado. Eu era aos seus olhos como aquela que acha paz” (Ct 8:10*).

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A sogra que pedi a Deus


“Não sei porquê, mas eu nunca confiei muito na minha sogra. Sempre achei o modo de ela me tratar meio falso, mas nunca comentei isso com o meu namorado. Não gosto do modo com que interfere no nosso namoro. Ela sempre quis ir morar com a gente [porque a mãe e ele moram com os avós], mas eu nunca quis, pois sempre soube que sogra junto do casal não é boa coisa... Mesmo se fosse a minha própria mãe [eu não aceitaria]. Meu namorado concorda comigo nesse ponto, mas sempre teve medo de magoá-la. Ele é uma ótima pessoa... Muito boa, e que não tem boca pra brigar com ninguém, imagine então, com a mãe (...) A mãe dele inventou umas histórias descabidas sobre mim, que eu a ignorava na rua, que eu ria dela... E contou isso pra todo mundo.  De uma hora pra outra, resolveu que eu não era mais a “segunda filha” dela (ELA me dizia isso), e passou a me detestar, proibindo o meu namorado de prosseguir com a relação. Desde então estamos namorando ESCONDIDO da família dele.  Ele prometeu que no ano que vem a gente se casa, queira a mãe dele ou não, mas que não vai falar isso pra ela agora pra não magoá-la e porque sabe ela irá me atormentar. Há algum tempo visito o seu blog e gostaria que no amor do nosso Senhor, respondesse com a sua opinião a respeito da história que acabei de contar. O que devo fazer? Mesmo se não responder, já agradeço pela paciência de ter lido até aqui. Desde já, Deus te abençoe!” – M. F.

A feliz sorte de Eva. Está é uma reclamação bem comum entre as perguntas que recebo. Os homens geralmente fazem referências cômicas ou perversas de suas sogras, mas são as moças que padecem nas garras da megera. Imagine se vivêssemos nos tempos ou na cultura que a noiva vai para casa da família do noivo e fica sob as ordens da sogra. Se para eles é comédia, para elas virou tragédia. Lamentam algumas noras: Feliz foi Eva que teve marido sem jamais ter tido sogra.

Zelo maternal. Toda mãe quer o melhor para seu filho, então é sábio ouvir seus conselhos (Pv 1:8,9). Fico com a impressão que as mães tem mais ciúmes dos filhos enquanto os pais o tem das filhas. É natural essa preocupação, mas o cuidado maternal deve ser racional, não apenas emocional. O excesso de proteção pode virar dominação. Proteger não é prender; Educar não é controlar, mas ensinar a viver.

É esta? Nãããooo. É Esta? ÉÉÉ!!! A desproporção de gênero na mocidade deixa os rapazes mais bem servidos que as moças provocando uma competição, uma verdadeira guerra-fria, entre elas. Embora na igreja seja possível encontrar uma boa  esposa no escuro e de olhos vendados porque todas nossas irmãzinhas são bem doutrinadas, os moços – ou as mães deles – se dão ao luxo de escolherem namoradas a dedo examinando-as com lupa conforme seus critérios e preferências.

Boa filha, boa esposa! O primeiro critério utilizado pelas mães para apreciarem a futura nora é o raciocínio de que se é boa filha, logo será boa esposa (Pv 31:29). Analisam a freqüência nos cultos, simpatia, o testemunho... Isto os olhos vêem, porém o que deixa muitas mães intrigadas é a desconfiança da honra da namorada do filho (se é virgem ou não) e passam a matutar: Se teve outros namorados poderá não ser donzela. Aí a especulação dá início a investigação.

Teu passado (não) te condena. É o que teme uma comentarista anônima: ‘Estou muito confusa [e temorosa]: namoro um rapaz que nasceu na Graça (de pais crentes) há 10 meses, porém antes de o conhecer [e vir para a igreja] perdi minha virgindade e ele sabe disso. Porém minha sogra nem imagina isso senão não permitiria nosso namoro. O que eu faço?’ (comentou em: “Namorados que se masturbam cometem fornicação?”). Essa investigação está fora do amor cristão porque depois do novo nascimento nossos pecados são totalmente expurgados e apagados da memória de Deus (Hb 8:12; 10:17).  Quem pode acusar; condenar; ou separar aquele que nasceu em Cristo? (Rm 8:31-39).

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17)

O drama de Marianne. Outra irmãzinha já compartilhou conosco o preconceito que sofre por não ser mais virgem. Seu comentário inspirou o texto "Quem quer namorar e casar comigo?” Cara M. F. este não é o teu caso, mas outras moças na igreja vivem o mesmo drama de Marianne e algumas vivem o mesmo dilema seu. Estou pensando de modo geral, para que de alguma maneira possa responder de modo pessoal.

Surpresa! Vim(vou) morar com vocês. No seu caso específico está me parecendo que foi por outras bocas que chegou aos ouvidos dela que não a querem morando com vocês e ela ficou chateada. Você a magoou, mas tem toda razão - “Sogra junto do casal não é boa coisa”. Navio com dois capitães naugrafa. Acolher os pais na velhice é um dever moral dos filhos e o cônjuge não deveria se opor. No entanto, a vida-a-dois não deve começar com três.

Minha mãe mandou eu escolher esta daqui, mas como sou teimoso vou escolher aquela ali - A escolha do filho pode contrariar a da mãe que retrucará: Com tanta moça na igreja, foi escolher logo esta.  Pudera, sogra não é homem (como o personagem da comédia "A sogra que pedi a Deus"- 1ª foto ) enquanto o filho é. Ela escolhe com olho e razão de mulher; Ele escolhe com olho e razão de homem. Ela pode estar vendo o que é mais importante, enquanto ele está de olho no que lhe é mais interessante. Para a sogra podes ser uma entre tantas outras, mas para ele és “a mais formosa entre as mulheres” (Ct 1:8); Tu és toda formosa, em ti não há defeitos (Ct 4:7). Embora haja casamento arranjado em algumas culturas ou épocas, a bíblia deixa claro que o noivo decide-se pela noiva. A escolha e decisão final é dele.

Paradoxo e filosofia do casamento. Para juntar-se à mulher é preciso primeiro desapegar-se da mãe – “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2:24). Os filhos se desgarram dos pais para que as famílias se unam para que pelos laços do casamento a sociedade esteja ligada numa grande rede.

Namorar escondido. Embora seja uma opção, está longe de ser a solução. Para nós que somos crentes é mais complicado porque este comportamento não é condizente com a ética cristã. Nosso proceder deve ser honesto diante dos homens: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim e não, não” (Mt 5:37). Esses aborrecimentos tendem a continuar após o casamento, é por isso, que devem resolvê-los agora. Teu namorado terá que ‘abrir a boca’ e deixar claro à mãe que ele optou por você.

Rute e Noemi. Tenha paciência! Conheço casos em que mãe e namorada se detestavam e depois se tornaram grandes amigas. Passaram de rivais a aliadas. A Bíblia conta uma bela história de amizade entre sogra e nora. Noemi partiu com a família para uma terra longínqua. Lá chegando seus dois filhos tomaram mulheres para si.  A vida aplicou um duro golpe nas três mulheres deixando todas viúvas. Velha e desamparada Noemi despediu as noras, uma voltou para sua família enquanto Rute decidiu ficar com a sogra e foram grandemente abençoadas. O que fez Rute tomar esta decisão é que por meio do testemunho da sogra veio a conhecer o Deus de Israel e seguiu com Noemi dizendo: “Teu povo será o meu povo; E Teu Deus será o meu Deus” (Rt 1:16).

A triste sorte de Eva. Se Eva não teve sogra, ela e Adão jamais tiveram carinho de mãe; Seus filhos nunca souberam como são gostosos os paparicos de vó. Como seu namorado é filho único, sua sogra não teve um cabelinho para escovar e prender com lacinho ou presilhas; nunca comprou uma Barbie para brincar junto; não se preocupou em comprar o primeiro sutiã; não ajudou a escolher um vestido para festa; não teve quem ensinar e com quem conversar ‘coisas de mulher’; ninguém pra confidenciar os amores e decepções.

“A segunda filha”. Você, seu namorado e a mãe dele são do mesmo povo e servem o mesmo Deus. Ore pedindo a Deus sabedoria para que consiga ganhar a simpatia da sua sogra que haverá de render-se à decisão de vocês, e entender que não está perdendo um filho, mas ganhando uma filha – a filha que nunca teve (e futuramente uns netinhos para paparicar). Não invejarás mais a Eva e como Noemi e Rute serão grandes companheiras, então a paz reinará no casal e nas famílias.




quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O que são usos e costumes?



Como matéria eclesiológica, costumes são aquelas disciplinas comportamentais e ritos adotados por um grupo religioso. Consistem em usos indumentários (vestuário), abstenções, linguajar e liturgias peculiares que influenciam no estilo de vida e devoção de seus membros definindo uma identidade  denominacional.

Surgem da interpretação bíblica, regionalismo, preferências e tradições. Alguns costumes tornaram-se tão característicos que fica impossível imaginar o grupo sem eles. Ao passo que deixando o costume, perderá a identidade.

Os costumes comumente são confundidos como doutrina bíblica, embora se assemelham na prática, há pelo menos três diferenças fundamentais:

Quanto à origem: a doutrina é divina, o costume humano;
Quanto ao alcance: a doutrina é universal, o costume local;
Quanto à duração: a doutrina é eterna, o costume temporário.

A prática usual é um preceito, a doutrina é um princípio. Os preceitos apontam para a doutrina, não o contrário. Ou seja, os costumes fazem alusão à uma autêntica doutrina bíblica.

O Senhor Jesus nos falou: “Se vós permanecerdes nas minhas palavras (doutrina), verdadeiramente sereis meus discípulos” (João 8:31). Porém essas práticas, costumes ou ensinamentos são “segundo as tradições dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8b). Vejam o que escreve o apóstolo Paulo no mesmo capítulo:

20. Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, porque vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo;
21. Tais como: não toques, não proves, não manuseies?
22. As quais todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;
23. As quais têm na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.

Costume não é doutrina e pode se converter em heresia quando é ensinado que coloca o praticante em posição espiritual superior a outros cristãos, também quando é ensinado que são necessários para a salvação. Ora a salvação é pela fé e graça, não por nossas obras. Também há maus costumes que nascem da imaturidade espiritual, crendices e fanatismo que trazem um jugo pesado ao praticante. Hoje existem igrejas para todos os gostos, com interpretações várias e costumes de todos os tipos.

Costume não é doutrina e não salva, no entanto, a doutrina bíblica quando corretamente interpretada gera bons costumes (Fl 4:8,9), indispensáveis ao testemunho cristão.  Portanto, o costume é são, mas a compreensão pode estar enferma. Não é o costume que deve ser mudado e sim nossa visão. Portanto, não é errado observar o costume da igreja. Assim, com uma boa consciência discernindo a doutrina bíblica conservemo-nos nos bons costumes e perseveramos na verdadeira marca do cristão – o amor.

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (João 13:35)


Exemplo: Os amish são um grupo de cristãos anabatistas baseados nos Estados Unidos e Canadá. São dissidentes dos mennonitas e descendentes dos grupos suíços anabatistas chamados de Reforma Radical. São conhecidos por seus costumes conservadores. Vivem isolados em assentamentos, usam o termo ‘inglês’ para referirem a tudo e a todos que vêm de fora e não são amish. Os homens estão sempre de preto e chapéus, as mulheres sempre são vistas de aventais e um capuz. Dispensam comodidades modernas como eletricidade, telefone e automóveis. Utilizam carroças que se tornaram um símbolo dessa comunidade. Não constroem templos, suas reuniões são domiciliares. Os filmes “A Testemunha”, “A Redenção de Sarah Cain”, “Graça e Perdão” e “O Segredo”, como alguns livros de escritores consagrados como Beverly Lewis e Wanda Brunstetter retratam o modo de vida e adoração desses crentes considerados os mais radicais de todos os grupos cristãos.

Reflexão e exercício: Você seria capaz de identificar os usos e costumes denominaionais de sua igreja, distinguindo-os da autêntica doutrina bíblica?