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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Como contar a meus pais o que fiz?


Verso áureo: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13).

Meus pais vão me matar! Pegou o carro sem ordem e levou uma multa ou envolveu-se num acidente? Usou o cartão de crédito da sua mãe escondido? Emprestou a alguém, algo que seus pais lhe deram e este alguém deu fim ou estragou este algo? Usou o dinheiro das contas de água e força para comprar um tênis, talvez trocar de celular? Meteu-se em alguma enrrascada que seus pais já haviam lhe alertado? Saiu-se mal agindo à revelia e agora está se perguntado: Como contar a meus pais o que fiz?

Perdendo a confiança. É um bom momento para você refletir - Se não tivesse ‘quebrado a cara’ ou se pudesse arcar com o prejuízo, estaria tão desesperado agora? Ou só está aflito por temer as consequências? Mesmo que tudo tivesse saído como planejado, a decepção de seus pais, ao saberem, seria a mesma. Confessar a nossos pais uma situação que iremos magoá-los por termos traído a confiança que depositaram em nós, não é uma tarefa das mais agradáveis.


A melhor opção. Por isso mesmo, muitos adolescentes preferem se calar. Porém, note que as coisas não se resolveram pela maneira que vinha lidando com o assunto. Encobrir o erro não resolve o assunto, só o adia. Contar a verdade é sempre a melhor opção.

Contar é difícil, esconder é pior. Se não é fácil contar, esconder o erro se revelará mais difícl ainda. Uma: porque mentira tem pernas curtas; outra: por causa do peso na consciência - ‘os jovens que recorrem ao encobrimento muitas vezes sofrem as dores duma consciência ferida. (Rm 2:15). Seus erros podem tornar-se “uma carga pesada”, dura demais de suportar (Sl 38.4). Quase que inevitavelmente, eles se veem obrigados a enganar seus pais através da mentira, dessa forma cometendo outros erros. Seu relacionamento com Deus fica assim prejudicado’¹ - Atente para o verso áureo.

Dicas para falar. Quando não der para encarar os dois, decida entre o teu pai e tua mãe. Escolha um momento calmo e para dar introdução à conversa e receber atenção deles diga algo assim: "Papai e mamãe, tem uma coisa que está me perturbando". Nestas alturas suas mãos já estarão suando, mas agora vem a parte mais difícil - contar o erro em si. Seja humilde e conte a verdade. Não tente diminuir a seriedade do que fez, nem se faça de coitadinho dizendo que foi iludido. Termine pedindo desculpas.

Dicas para ouvir. ‘Naturalmente seus pais talvez se sintam feridos e desapontados. Assim, não fique surpreso, nem indignado, se for atingido por uma rajada de palavras carregadas de emoção! Se você tivesse acatado os avisos iniciais deles, provavelmente não estaria nesta situação. Portanto, mantenha-se calmo, escute seus pais e responda às perguntas deles, não importa como as façam’¹.

Já sabíamos! Seus pais o conhecem muito bem. Sem que tenha notado você mudou seu comportamento e eles perceberam que havia algo errado. Só estavam esperando você contar. Sem dúvida seu empenho em endireitar os assuntos causará profunda impressão neles. Quando o assunto envolver um erro grave, busque sinceramente o perdão de Deus em oração (Sl 62:8); em seguida, conte a seus pais. Eles tem experiência na vida e podem muitas vezes ajudá-lo a abandonar seus erros e evitar repetí-los. Muitas vezes se surpreenderá com a reação positiva e atitude apoiadora de seus pais. Eles sabem o filho que têm, você que se engana com relação a eles e se esquece que eles são a tua glória (Pv17:6).

Foi tolo, agora seja sábio. Todavia estaja preparado para aceitar alguma disciplina bem merecida. “O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escanecedor não ouve a repreensão” (Pv13:1); e não se aborrece com o castigo: “E, na verdade, toda a correção, ao tempo presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12.11).

Retomando a confiança. ‘Abrir o jogo’ com seus pais pode realmente ajudá-lo, e será um grande alívio tirar o assunto da mente. Lembre-se, não será a última vez que precisará da ajuda e dos conselhos maduros de seus pais. 'Habitue-se a torná-los seus confidentes quanto a pequenos problemas, de modo que, quando surgirem grandes problemas, você não tenha receio de se dirigir a eles'¹ e lhes contar o que esteja passando. A relação entre pais e filhos tem como alicerce no amor, respeito e confiança.

“Coroa dos velhos são os filhos dos filhos, e a glória dos filhos são seus pais” (Pv 17:6)










1. Os jovens perguntam (1989).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Hinos avulsos - Qual sua inspiração?


‘A paz de Deus!
Queria saber o que o irmão acha sobre hino avulso. Estou com dúvida se é revelação humana ou divina, porque aqui na minha região já ouvi ancião pregar que hino avulso é do diabo, dizendo: Que por ventura o hino avulso não seria um dos sinais que poderia enganar até o número dos escolhidos. E outros dizem que Deus faz obra, milagre e que faz bem para nossa alma fazer uma hora extra nos hinos avulsos. Deus abençoe!’. (Thiago Bogarin)

Louvemos o Senhor.Celebrai com júbilo ao SENHOR... apresentai-vos diante dele com cântico. Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome” (Sl 100:1,2,4). O louvor é essencial no culto e na adoração que prestamos a Deus. O louvor é uma forma da alma humana se expressar e matar a sede que ela mesma tem de Deus (Sl 42:1-5). No entanto, só pode ser considerado louvor, quando partir do coração de um crente espiritual, com vida entregue a Deus – “Regozijai-vos nos SENHOR, vós, justos, pois aos retos convém o louvor” (Sl 33).

Na individualidade. “Eu te louvarei, SENHOR, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e saltearei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo” (Sl 9:1,2). É justo e necessário louvarmos o Criador. Apesar de ser um dever, o louvor tem que ser espontâneo; algo que sentimos e acreditamos.

Na unidade. “Vinde, cantemos ao Senhor! Cantemos com júbilo à rocha da nossa Salvação! Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremos-lo com Salmos” (Sl 95:1,2). O louvor na congregação dá a idéia de um povo tomado pelos mesmos sentimentos. Na medida que a irmandade canta na presença de Deus, Ele se faz sentir, e ficamos receptivos à sua palavra.

Em todo tempo. “Louvarei ao senhor em todo tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca” (Sl 34). O dia de aceitação se chama hoje; a hora se chama agora. Este é momento oportuno para louvar.

Em todo lugar. “Louvar-te-ei entre os povos, SENHOR, e a ti cantarei salmos entre as nações” (Sl 108:3). Se quem canta os males espanta; quem louva as bençãos atrai. Por isso faça igual o salmista: “Louvarei o Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver” (Sl 146:2).

Hinos avulsos. São aqueles que não compõem o hinário oficial, e, especialmente, foram compostos por nossos irmãos. Antes de comporem o hinário, todos os hinos eram avulsos; Ou será que o hinário nasceu primeiro que os hinos? Claro que não. Primeiro vieram os hinos e posteriormente foram reunidos numa coleção. A Bíblia tem seu próprio hinário – o “Saltério” (Livro dos Salmos). Os versículos bíblicos citados acima são também versos de hinos e poesias. Costumamos dizer que o hinário é a Bíblia cantada... Seria então o “Louvores e Súplicas” e a “Harpa Cristã”, hinários avulsos?

Inspiração divina ou humana? “Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento” (Sl 32:7). O louvor expressa pela arte musical o que Deus operou em nossas vidas. Diante da prova ou da alegria do livramento, o Espírito Santo comunica com nosso espírito (Rm 8:16) produzindo em nosso íntimo: vezes uma oração (Rm 8:26); vezes uma canção (Sl 42:8). A exteriorização e o estilo dessa canção é de acordo com a sensibilidade, cultura, regionalidade e gosto de cada um. Também da maior ou menor capacidade musical ou dom do compositor.

Assim nascem os hinos: "Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo; pôs meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca - um hino ao nosso Deus. Muitos [ouvirão, crerão e cantarão] ao SENHOR" (Sl 40:1-3).


O hino e a obra. O hino avulso é o conto de uma obra. É um testemunho cantando. Ao ser entoado causa emotividade e um efeito singular no ouvinte que esteja passando pelas mesmas experiências (prova), consolando, animando e produzindo fé no coração, abrindo as portas para a operação de Deus.


Os hinos não são sinal nem fazem milagres; são os sinais e milagres que inspiram os hinos.


Este hinário é meu! O homem faz sua seleção, desprezando uns e aprovando outros hinos; dá números para ordená-los; reune-os num caderno; põe um título na capa; e depois de agradecer a Deus por mais uma edição, passa a menosprezar outros hinos e brigar por direito de exclusividade. Muitas vezes, sem conhecer a hinologia dos cânticos, chega ao cúmulo do absurdo, a ponto de dizer “que hino avulso é do diabo...um dos sinais para enganar os escolhidos”. Isto é muito perigoso, atentemos na passagem de Mateus 12:25-32. Ao contrário disso a Bíblia diz que "decoroso é o louvor" (Sl 147).

Os hinos são uma produção da alma; o hinário um produto do intelecto.
Um é efeito da emotividade; o outro é feito da racionalidade.

Sem limites pra louvar. Muitos irmãos dizem que só podemos louvar a Deus com os hinos oficiais. É verdade que todos são maravilhosos e foram inspirados pelo Espírito Santo; No entanto, "muitas são, Senhor, meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; eu quisera anunciá-los e manifestá-los, mas são mais do que se pode contar [ou cantar]" (Sl 40:5). Se só posso louvar com o hinário como obedecer: "Cantai ao SENHOR um cântico novo" (Sl 149)? Nem todos os hinos e hinários podem dimensionar a grandeza do nosso Deus.


Na comunhão dos santos.“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas encehei-vos do Espírito; Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5:18,19). As tocadas* são o ambiente mais apropriado para louvarmos com os hinos avulsos. Mesmo não podendo ser oficializados por não corresponderem ao estilo litúrgico do culto, os hinos avulsos deveriam ao menos ser catalogados, porque são belíssimas manifestações, próprias da nossa irmandade e contribuem para nossa identidade denominacional. Nossa adoração não se restringe à liturgia do templo. Seja nossa vida toda um culto e cada fôlego uma exaltação (Sl 150:6); porque "Deus...habita entre os louvores do teu povo" (Sl 22:3).

Portanto: Quer com hinos oficiais, quer com hinos avulsos. Na individualidade, na unidade, na comunhão dos santos, em todo tempo e lugar, LOUVEMOS O SENHOR! AMÉM e AMÉM!


*Tocadas: ou tocatas são encontros informais da irmandade que se reune para louvar a Deus ao som dos instrumentos musicais.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mamãe...sou gay! (2ª parte)

A maioria nem quer ouvir sobre homossexualismo, imagine então falar sobre amor ao homossexual. O assunto continua gerando desconforto em muitos crentes (veja o comentário anônimo da 1ª parte). Ao passo que a mídia apoia, a sociedade se divide. Enquanto o diálogo entre entidades laicas e religiosas vezes caminha, vezes patina; Os individuos ficam atolados no preconceito e no medo gerados pela ignorância. Pelo conhecimento da Palavra de Deus poderemos firmar nossos passos.
As cores do arco-íris. Brandon, na carta a seus pais, faz um relato que contrasta com a aparente alegria e colorido do mundo GLS, nos narrando uma realidade mais triste e cinzenta - ‘O principal motivo de eu ter estas minhas crises de nervosismo é justamente pelo fato de eu ter que viver assim(...) sozinho, oprimido, escondido(...) driblando estas indagações(...) e cheio de desculpas para dar(...) com medo de ser rejeitado pelos amigos e familiares(...)Demorou muito tempo para que eu pudesse tomar coragem e encarar a mim mesmo, buscar respostas e o apoio de outras pessoas na minha vida, tudo motivado pelo medo de ser colocado de lado, de ser rebaixado e maltratado’.

Bem-vindo ao lar Bobby. Também me consterna o fato dele não encontrar na igreja um reduto onde poderia aliviar este fardo - ‘Sem contar que na igreja, eu seria considerado uma “abominação” se dissesse a verdade, e corro o risco de que muita gente nem me saúde mais com a paz de Deus, que dirá com o ósculo santo. Estes são os motivos de tanta revolta e questionamentos que eu tenho produzido ultimamente’. Todos deveriam se sentir bem-vindos e seguros, porque a igreja é casa de acolhimento e não de exclusão. Não é lugar de pessoas perfeitas e sim de pessoas de coração quebrantado. Muitos outros na irmandade vivem uma vida de segredos usando suas máscaras. A graça de Deus se manifestou de maneira contemplativa (Tt 2:11), mas o jugo eclesiástico, muitas vezes, se comporta de maneira seletiva.

Olha a cabeleira do Zezé. Nosso olhar torto distorce nossa visão. Comumente vemos os gays como promíscuos e devassos - ‘No conceito da maior parte da sociedade, os homossexuais são seres sem caráter, homens efeminados que muitas das vezes se vestem de mulher e que falam mole, desmunhecam e dão encima de tudo quanto é homem. As mulheres são masculinizadas, falam grosso e se vestem como macho. Estas pessoas são apenas uma minoria daquelas que são na verdade homossexuais. Existe uma quantidade muito grande de pessoas não heterossexuais que jamais poderiam ser identificadas como tais, a menos que elas dissessem. São pessoas normais, que trabalham, estudam e se esforçam por um futuro melhor e que não querem ser comparadas aos gays e lésbicas que estão ai dando escândalos’.

O silêncio na Congregação. Em seu blog, Brandon escreve com letras garrafais e estilosas a insinuação de uma crítica a CCB. Todavia, o silêncio se justifica.O diálogo entre grupos conservadores e liberais tem sido prejudicado pela discussão de implantação de leis contra homofobia. As igrejas encaram estas leis como uma ameaça ao direito de expressão onde a opinião poderia ser interpretada como infração. Então é melhor calar do que penar.

O que é homofobia? É a atitude revestida de preconceito, intolerância e violência contra os homossexuais que atentam contra os direitos, integridade e dignidade do ser humano.

O que não é homofobia? Considerar e omitir opinião que o comportamento homossexual é inapropriado e ilegítmo. Meu direito de expressão não é agressão ao seu.

Digamos que é um sussurro. A CCB já se manifestou por uma circular em 2008 e os anciães, mesmo que timidamente, sempre dão conselhos. Considero a posição da CCB até razoável, pois não se envolve com a homossexualidade até que o inidivíduo tenha relacionamento afetivo ou tratamento caricioso. Quando o indivíduo ‘peca’ o tratamento é igual para todos – homos e héteros – sem discriminação. Como temos que resistir o pecado, o homossexual também deve guardar-se e conservar o seu corpo (templo de Deus) em santificação e honra.

Opinião. A união entre homossexuais reconhecida por lei, não é o casamento – instituição de Deus – que misteriosamente faz de ambos (homem e mulher) uma só carne. Ela é ilegítma, portanto, aqueles que contraíram um ‘casamento gay’, estão em pecado diante de Deus. O sexo é um deleite e privilégio para os casados. A união legal lhes concede direitos terrenos, mas não lhes outorga os do Céu.

De onde vem e o que é? ‘Muitos crentes, quando questionados sobre as causas do homossexualismo, apontam imediatamente para fatores espirituais, como possessão(...)Quando entendem que não é possessão maligna, alguns levantam a hipótese de o problema ser orgânico(...)Mas, o fato é que, ao longo dos anos, nenhuma pesquisa jamais provou que a homossexualidade resulta de fatores biológicos(...)Ankerberg e Weldon falam da ausência de fatores orgânicos e a realidade de que homossexualismo é um comportamento aprendido(...)Cientistas do comportamento humano, conselheiros e terapeutas de ex-homossexuais têm quase a mesma opinião sobre as causas do homossexualismo: a maioria dos homossexuais teve problemas na área familiar’ (CACP-“O que é homossexualismo” – Prof. João flávio Martinez).

Responda quem puder? Vejam quantas causas já foram apontadas, mas nenhuma foi assegurada. Eu mesmo posso questionar a última hipótese aventada. Ainda não chegamos à resposta; o mistério ainda não foi decifrado -‘Os próprios anciães mais esclarecidos chegaram à conclusão de que homossexualidade não é uma escolha, nem uma doença, nem um espírito. É uma tendência involuntária’.

Nem todos podem receber. “Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba” (Mt 19:11,12).

Minha teoria. A queda do homem trouxe sérias consequências para a raça humana, como para toda a criação (Rm 8:19-23). Acredito que a homossexualidade não era um comportamento original e que só veio a existir depois do pecado entrar no mundo e corromper nossa natureza nos tornando ‘enfermos’. Mas se a homossexualidade é consequência da queda; a avareza, a inveja e o preconceito também são. Todas são ‘obras da carne’ resultantes da nossa condição humana e decaída. Poderia ter acontecido com qualquer de nós porque estamos sujeitos as mesmas paixões (At 14:15; Tg 5:17). Mas o amor é ‘fruto do Espírito’ que opera no novo homem. Portanto, recebamos o gay em nosso meio, “não em contendas sobre dúvidas” (Rm 14:1) para que todos sejamos "sarados"(Tg 5:16) dessas "paixões infames" (Rm 1:26).

Meu recado. Brandon, acredito que este passo que deu ao assumir-se homossexual trará estabelização na sua vida. Veja só, ontem estava perdido e confuso, hoje está procurando ajudar outras pessoas. Reverta a situação a seu favor. Sabe o que a Bíblia diz? Que o solteiro tem melhores condições de servir e agradar a Deus do que o casado (1Co7:32). O que se mantem solteiro faz melhor do que quem casa (v.38). Muitos se fizeram eunucos por amor do reino de Deus (Mt 19:12). Conheço pessoas que optaram pelo celibato por considerarem ter uma missão na vida; outras cuidam dos pais doentes; outras porque tem mais tempo para se dedicar a um serviço específico. Gaste suas energias servindo a Deus, fazendo visitas aos enfermos e parados, aprendendo a música e conhecendo a obra de Deus pelo Brasil. Encare o celibato não como uma pena e sim como uma benção; um privilégio; um meio para santificação.

O apelo de Brandon. ‘Papai e mamãe(...) Resolvi fazer isto agora, meus pais, que cheguei aos 25 anos de idade(...) Eu não quero que vocês pensem que eu vou mudar como pessoa. Não vou mudar, vou ser o filho que vocês sempre conheceram. Na verdade, a mudança que eu quero que haja, é a de um melhor relacionamento entre eu e vocês(...) Amo vocês e espero que vocês continuem a me amar depois de hoje’.

Reflexão. Diante do drama e do pedido de ajuda, podemos agir com aceitação ou acepção. Os pais do jovem ouviram seu apelo. E você, que usa um distintivo de cristão, como agirá com relação a teu irmão ou irmã homossexual?

Foto de Bobby Grifffh

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mamãe... Sou gay! (1ª parte)

Como uma ave plainando no céu que ora você avista e ora perde de vista, a homossexualidade nas igrejas é um assunto que fica indo e vindo. Por bom tempo fica imergido, mas sempre acaba vindo à tona e nos pegando de surpresa. Enquanto que para uns a questão é alheia, muitas famílias vivenciam o conflito entre homossexualidade e fé. Muitas vezes deixadas sozinhas sem a assistência da igreja.

Aos meus amados pais!
Mãe e Pai, achei que a melhor forma de conversar com vocês sobre este assunto seria escrevendo este texto, pois assim eu consigo organizar melhor minhas idéias(...) Sei que vocês me amam(...) Quero que vocês saibam que eu os amo muito(...) Também quero que vocês saibam que tenho adiado ter esta conversa com vocês por muito tempo(...) Mas eu não posso mais viver assim(...) Não posso passar toda a minha vida escondendo das pessoas que eu mais amo aquilo [que eu sou,] que está dentro de mim [de modo] involuntário(...) Quero dizer a vocês que... [sou gay]’.

O papel e o papelão. Estes são trechos da comovente carta de Brandon a seus pais. Ao lermos a carta percebemos que o processo para uma pessoa assumir-se homossexual, muitas vezes, é um caminho trilhado com muita negação, dúvidas, isolamento, incompreensão e lágrimas. Imagine ser surprendido com uma notícia desta. Uma crise se instala de imediato nas famílias. Eu não consigo me colocar no lugar deste jovem e, como pai, também não saberia lidar com a situação de momento. Mas uma coisa é certa: Não deixaria de amar meu filho.

A busca por respostas. ‘Eu tenho buscado respostas para mim mesmo, durante muito tempo, através da psicologia e também através da religião(...) Tenho conversado com outras pessoas, algumas que estão na mesma situação que eu(...) Busquei ajuda em Deus, orei muito, chorei, busquei muitas Palavras na igreja’. Mesmo que esteja obscuro, haveremos de encontrar o meio de ajudar os nossos irmãos. Precisamos encontrar as respostas - Se elas não vem e porque ninguém as têm, mas existem, pois o amor tudo vence. No processo de busca teremos que aprender a ouvir nossos irmãos, conviver com as diferenças “com toda humildade e mansidão, com longaminidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4:2) e, cada vez mais, examinar a palavra de Deus que é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho.

Certo que vai dar errado. Na tentativa de ‘tratar’ a homossexualidade, muitos investem contra ela arrumando um relacionamento hétero. O mesmo erro cometeu Brandon: ‘Arrumei namoradas para tentar uma vida “normal”, dentro dos padrões estabelecidos, mas realmente nada resolveu'(...) Erro reconhecido por ele a tempo de evitar um casamento de aparências que arruinaria os dois e suas famílias: 'Veja o quanto a *** sofreu quando terminamos o namoro. Mas foi melhor ela sofrer naquela época do que sofrer depois, ela e toda a família, com um casamento arruinado. Na igreja, os próprios anciães, nas Reuniões da Mocidade, aconselham moços e moças que não se sentem atraídos pelo sexo oposto a não se casar, pois isto acaba trazendo problemas em longo prazo na vida do casal'.

A máscara e a face oculta. O drama narrado fez lembrar-me do que aconteceu com Lanna Holder, pregadora que fez muito sucesso no meio pentecostal, ficou famosa com o testemunho de ter sido liberta do lebianismo. Lanna não conseguiu sustentar o casamento e a mentira, declarou: “Para ser aceita na igreja, eu tive de professar algo que não estava acontecendo em ninha vida”. A farsa de Holder desmascarou também uma face da igreja - aquela que prefere conviver com a mentira que aceitar a realidade de ter entre seus membros uma pessoa homossexual.

Pela dor ou pelo amor. O filme “Prayers for Bobby” (Orações para Bobby) conta a história verídica de Bobby e Mary Griffth. Mary (Sigourney Weaver) é uma cristã devota que segue à risca as doutrinas de sua Igreja. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelley) revela ser homossexual, ela passa a submetê-lo a terapias e ritos religiosos com o intuito de ‘curá-lo’. No entanto, Bobby não suporta a pressão e se atira de uma ponte, encerrando sua vida aos vinte anos de idade. Depois desse fato, Mary descobre um diário de Bobby e passa a entender de fato o que se passava na mente dele. (Wikipédia)

Minoria sim. Único não. Fico me perguntando: Quantos Bobbys e Lannas haveríam em nosso meio? Pessoas em conflito familiar ou que vivem uma vida de segredos. ‘Muitos irmãos e irmãs buscam os anciães para conselhos e depois eles repassam os mesmos conselhos na igreja para todos os demais. Então não pensem que eu sou o único assim na Congregação. Existe uma quantidade imensa de irmãos e irmãs como eu, e que também estão buscando a Deus de coração sincero’.

A Bíblia assim me diz. Nós, cristãos, cremos na Bíblia como infalível Palavra de Deus e aceitamos como verdade aquilo que ela nos diz. Dentro da ética cristã que é o comportamento dado como verdadeiro; homem com homem e mulher com mulher, não pôde (Rm 1:26,27). A sociedade vem reinterpretando a Bíblia procurando adequá-la à sua realidade quando deveriam adequar sua realidade à Bíblia. Atentemos para o que está escrito em 2Pe 3:16: “...torcem as escrituras para sua própria perdição”. Em contra-partida, segundo nosso manual de conduta, nenhum cristão pode ser homofóbico. O Senhor Jesus que nos ama indistinta e incondicionalmente, ao ensinar: “Amai-vos uns aos outros”; destacou: “como eu vos amei” (Jo 15:12).

Uma resposta ou a resposta? Lanna Holder voltou a viver com a mesma companheira e abriu uma igreja inclusiva em são Paulo. Mary Griffth ‘também buscando respostas na religião, Mary passa a interpretar de outra forma os textos bíblicos, passando a acreditar que a homossexualidade não é condenável, tornando-se uma ativista dos direitos dos homossexuais’ (Wikipédia). Percebo a mesma tendência no blog de Brandon. Reinterpretando a Bíblia até teremos respostas, mas não teremos a verdade. Poderemos até ser confortados por elas, mas não libertos.

Mãe ou madrasta? As pessoas que vivem o conflito entre homossexualidade e fé, por não receberem suporte da igreja, buscam sozinhas respostas para o seu dilema. Nesta jornada encontrarão algumas repostas que as confortarão. No entanto, se estiverem distorcidas da verdade as farão errar o caminho. Romanos 14:22 alerta: “Bem-aventurado aquele que não se condena naquilo que aprova”. A igreja não pode deixar estes irmãos entregues à própria sorte, e como mãe amorosa, deve se envolver nas discussões e dramas porque eles passam. A igreja não pode mais se esquivar e negligenciar o tema e sim tratá-lo com diligência sob a luz da Palavra, para poder dar orientações seguras e reconfortantes a nossos irmãos e suas famílias, como também à irmandade e a toda sociedade. Pois a igreja é para esta terra em trevas, e sempre será (refletindo Cristo) a luz do mundo.


Cena do filme "Prayers of Bobby" - Prestes a cometer suicídio