1ª Parte
As linguagens do EspíritoVerso áureo: “Porque a um pelo Espírito é dada… a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas” (1Co 12:10b).
Introdução.
O capítulo 14 da primeira carta aos Corintios é o texto em que o
Apóstolo Paulo doutrina a igreja com relação ao dom de falar em novas e
variadas línguas, também alerta para a necessidade de intérpretes. Creio
por que a Bíblia diz, porém jamais soube de alguém a quem foi dada a
interpretação das línguas. Assim, faço homenagem aos intérpretes de uma
linguagem que tem se mostrado útil e trazido muita edificação para a
igreja. Falo da Linguagem Brasileira de Sinais – Libras.
O sentido da voz.
Por quê existe a linguagem? Para que as pessoas se comuniquem. Sem
comunicação não há associação, e sem sociedade não há civilização. Com
este raciocínio o autor da carta escreve: “Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim” (v.11).
Variedades de línguas.
A comunicação é feita de muitas formas; a fala é somente uma delas. Uma
mensagem pode ser transmitida por códigos, cores, sons, imagens e
sinais. Reforça a Bíblia: “Há, por exemplo, tanta espécie de vozes (linguagem) no mundo, e nenhuma delas é sem significação” (v.10).
O próprio Deus fala aos homens de muitas maneiras (Hb 1:1); quando usa a
voz das pessoas, fala com a igreja em revelação pela palavra da
ciência, profecia e doutrina (v.6), e por meio de línguas estranhas fala
de mistérios (v.2).
Quem tem ouvidos ouça. Comparo, às vezes, o dom de línguas com as parábolas do Senhor Jesus; mistérios são ditos à igreja, porém “ouvindo, não ouvem nem compreende” (Mt 13:13). Quando falo em línguas, sinto meu espírito fortalecido, pois “O que fala línguas estranhas edifica-se a si mesmo” (v.4) e ânsia de compartilhar com o meu irmão ao lado, porém eu mesmo não sei o que estou dizendo, “porque se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto” (v.14).
O convite de amor.
Eu fico sem compreensão; a igreja sem edificação. Isto não é uma
punição e sim um convite amoroso do Pai para que O busquemos em Espírito
e tenhamos um encontro íntimo e poderoso e passemos a falar e orar não
só em sentimento, mas no entendimento (v.15). O Senhor quer revelar seus
mistérios à igreja, por isso nos exorta: “Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar” (v.13); “…para que a igreja receba edificação” (v.5).
Conclusão:
Para que as linguagens dadas pelo Espírito Santo sejam edificantes, é
necessário haver intérpretes que as traduzam para a igreja.
2ª parte
Libras uma linguagem edificante
19. Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.
20.
E Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que
estão debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.
21. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei, para ganhar os que estão sem lei.
22.Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.
… E Fiz-me intérprete de libras, para evangelizar os que não ouvem nem falam, para ganhar a estes.
23. Eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele.
Introdução:
A inserção feita no texto é para demonstrar que a Linguagem Brasileira
de Sinais – Libras é uma poderosa ferramenta na evangelização e
discipulado dos surdos-mudos. Aprendê-la é amar o próximo rendendo-se à
vocação para um sublime ministério.
Cinco vale mais que dez mil.
Uma frase inteligível instrui e edifica a igreja mais que um longo
sermão em linguagem não compreendida. Fazer inteligível o que se diz ao
surdo e dar voz ao mudo é a honrosa missão dos intérpretes de libras.
Paulo não se engrandecia por falar línguas, antes disse: “Dou
graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia
eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria
inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil
palavras em línguas desconhecidas” (1Co 14:18,19).
Como que falando ao ar.
Se o emissor não se faz entender, e o receptor não compreende a
mensagem, as palavras são jogadas ao vento (v.9). A comunicação fica
prejudicada, ou não existe (v.7,8,). Não há feedback (resposta,
retorno). É o que está dizendo o versículo 16: “Doutra
maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o
lugar do indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe
o que dizes?”. Que proveito há nisso? (v.6).
Quem não se comunica…
Quem não decodifica a mensagem “ocupa o lugar do indouto”. Como o irmão
surdo não me ouve, também não entendo os seus sinais. O resultado é a
marginalização da minoria: “Se não houver intérprete esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus” (v.28). Todavia isto não edifica, opostamente, somos exortados: “Faça tudo para edificação” (v.26 ); para tanto a Palavra ordena: “Haja intérprete” (v.27).
Fiz-me intérprete. Muitos irmãos e irmãs, entre eles muitos jovens, seguindo o conselho de São Paulo – “Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja” (v.12)
– tem se dedicado a aprender a Libras. Na humildade, a atitude destes
tornou-se mais eloqüente que suas palavras. Logo a CCB será a igreja com
maior número de intérpretes em Libras e voltará a ser, em novo sentido,
a ‘Igreja dos Sinais’.
Conclusão.
A linguagem brasileira de sinais possibilitou a evangelização, o
discipulado e a integração dos deficientes auditivos. Já não somos
bárbaros uns com os outros, graças aos intérpretes nas igrejas.
Reflexão. Os intérpretes da Libras não falam em línguas estranhas nem as interpretam; mas possuem o ‘dom mais excelente’ – a caridade.
Lindo!
ResponderExcluir