AS IGREJAS EVANGÉLICAS celebram no dia 15 de setembro “O Dia da Escola Dominical”, numa homenagem a Robert Raikes, nascido nesta data em 1735, em Gloucester, Inglaterra. Cristão Anglicano, que teve a ideia e a fundação da primeira Escola Dominical.
O sonho da Escola Dominical surgiu quando procurava um jardineiro num bairro pobre e encontrou meninos maltrapilhos brincando na rua, e soube que a situação era pior aos domingos, pois as crianças trabalhavam nas fábricas e minas, e aos domingos se entregavam ao aprendizado de toda espécie de vícios; alguns enveredando pelo crime.
A principio era apenas uma escola aos domingos, mas sua experiência de vida cristã falava mais alto, e com a ajuda do pastor Anglicano, Thomas Stock, a escola foi direcionada a ensinar estas crianças no Livro por Excelência, a Bíblia, Palavra de Deus; pois via nessa educação cristã a única maneira de reformar aquela corrompida sociedade.
Mas ele não ficou apenas na teoria; ele sabia que a fé sem as obras é inoperante, e então, ao lado do ensino Bíblico providenciou roupas e calçados para que as crianças viessem às aulas banhadas e penteadas.
Quando ele divulgou as ideias em seu Jornal, no dia 3 de novembro de 1783, data em que se comemora na Inglaterra o dia da fundação da Escola Dominical, outros jornais transcreveram a ideia e líderes de diversas denominações se entusiasmaram com o projeto. Em 1784, já havia 250 mil alunos matriculados; e a taxa de criminalidade de Gloucester caiu, de forma que em 1792 não houve um só caso julgado por aquela comarca.
Mas justamente quem deveria apoiar a ideia insurgiu contra: O Arcebispo de Canterbury reuniu os bispos, e alguns que consideravam o movimento diabólico, e se posicionaram contra porque era dirigido por leigos sem formação pedagógica, e punha em perigo as “doutrinas da igreja” – como sempre.
Chegou-se a pedir que o Parlamento aprovasse um decreto proibindo o funcionamento das Escolas Dominicais que desunia as igrejas e profanava “o dia do Senhor”; com disputa entre observadores do sábado e do domingo que não queriam a Escola nesses dias. Tal decreto nunca foi aprovado, Raikes se aposentou, e morreu em 1811 de um ataque do coração.
As Escolas Dominicais se espalharam por todo o Reino Unido, e logo foram exportadas para os Estados Unidos da América e o resto do mundo. Inicialmente direcionada a crianças e jovens, logo incorporou os adultos e foram formadas classes de homens e mulheres.
Nosso missionário pioneiro, Luiz Francesconi era professor de uma classe de adultos nos primórdios da obra a ele confiada; não sei por que, como Escola, não prosperou entre nós, mas acredito seja a mesma desconfiança do arcebispo de Canterbury.
Mesmo sem métodos pedagógicos ou professores formados Biblicamente; tem se tentado transformar a “Reunião de Jovens e Menores”, numa Escola Bíblica; mas a dificuldade maior é quanto a unanimidade doutrinária que não temos; e, qualquer ensino, principalmente a crianças e jovens, sem uma base doutrinária firme, realmente pode criar mais problemas que resolver.
Mas ao ver milhares de jovens portando suas Bíblias aos domingos, ou aos sábados, e muitas igrejas realizam essas reuniões-escola em dias da semana a noite, temos motivos para agradecer a Deus por essa iniciativa; uma necessidade e desafio para os nosso dias. Só teremos uma igreja forte, se crianças e jovens, desde o principio forem bem treinados Biblicamente, se não, teremos apenas tradições.
Alceu Figueiredo
O texto apresentou pontos históricos que fundamentam o que hoje nós conhecemos por escola bíblica.
ResponderExcluirHoje vivemos um paradoxo em nossa CCB, pois ao se admitir a eficácia do aprendizado Bíblico e adotá-lo, teríamos que negar a tudo que aprendemos de forma enfadonha e desde cedo em nossos templos ("pão quentinho", "palavra mata", "palavra é revelada na hora", "Bíblia não é feita para se estudar mas para se obedecer" (essa última alem de contraditória em si é na minha opinião a pior de todas, uma verdadeira arma de Satanás no combate ao crente).
Sendo assim, inaplicável à nossa doutrina, pois contrária ao alicerce que construímos (a palavra é revelada na hora, ainda que desconexa ao texto bíblico lido - ou pior ! - contrária ao que diz a Bíblia.
Os dogmas erigidos pela nossa instituição impedem a introdução do ensino bíblico sistemático, ainda mais pelo fato de que a própria Bíblia e seu estudo mostrariam o quanto estamos equivocados em nossos valores.
Discordo do texto no momento em que compara as RJM à Escola Bíblica, mesmo que de forma reflexa, pois as primeiras nada mais são do que um costume adotado sem qualquer fundamento, e não se mostrou até hoje capaz de formar um obreiro que maneja bem a palavra da verdade, ao passo que as Escolas Bíblicas tem inúmeros exemplos por ai a demonstrar sua eficácia.
Melhor (para um grupo é claro) que as coisas fiquem como estão.
A Paz.
Claudio (CCB - min Brás, por enquanto)
De fato, boa observaçao , as RJM nao produziram uma igreja saudavel biblicamente. Mas acredito q logo se produza uma rjm nao voltada para a biblia, mas voltada a manter as tradiçoes, ou seja , ensinar a ler a biblia com os olhos da denominacao. Uma pena, o quanto poderiamos crescer na fe estudando as Escrituras. O que loderiamos fazer para mudar a situaçao?
ResponderExcluirencinar as crianças a ler e entender a biblia no seio familiar...ou seja em casa e com a guia do espirito santo resuveria tudo...pois alem de praseroso aproxima a familia...e so fazer isso.
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